Feitiço e encomenda de morte: Polícia Civil esclarece tentativa de homicídio em Chapecó

Foto: Bia Piva/Diário do Iguaçu

Por: Diário do Iguaçu

A Polícia Civil esclareceu a motivação e apontou os envolvidos na tentativa de homicídio de uma mulher de 48 anos, baleada na cabeça no centro de Chapecó, crime cometido no dia 3 de junho de 2019.

O crime teria sido organizado por uma cartomante e seu marido, a pedido de uma cliente, que segundo a Polícia Civil é ex-mulher do atual companheiro da vítima. Para o crime, o casal teria recebido R$ 340 mil.

Conforme o delegado Vagner Papini, após três meses de investigação, a Divisão de Investigação Criminal (DICFron) conseguiu identificar a mandante do crime, de 63 anos, e também de que forma o crime foi encomendado, por meio de uma mulher que atua como cartomante – com quem a mandante mantinha contato – o marido dela, que seria responsável pela contratação do paraguaio que fez os disparos contra a vítima e foi preso ainda no dia do crime.

Feitiço e encomenda para morte

Papini detalhou que depois que a Polícia Civil chegou até a suposta mandante do crime, a mulher passou a colaborar com a investigação e contou em detalhes como se desenrolou a situação. “Ela teria contratado os serviços individuais de simpatia dessa cartomante e gasto em torno de R$ 20 mil. Entretanto, o resultado desses trabalhos não haviam sido efetivos. Ela teria ido até a cartomante e questionando que não havia resultado. A cartomante, então, lhe pediu R$ 340 mil, que foi pago, com a finalidade de efetivamente a vítima morresse. Ali foi encomendado o crime de homicídio. A cartomante pediu auxílio ao seu companheiro, o Fabiano Aristide, que foi até a Cidade Del Leste e contratou o paraguaio, e foi ali que toda a trama se desenvolveu”, comentou.

Toda a ação, entre o acordo para o crime até a execução, levou em torno de seis meses. Ao Paraguaio, Aristide teria pago antecipadamente R$ 20 mil para que ele comprasse a arma e a moto para vir até o Brasil, entrando pelo Uruguai. Ele encontrou Aristide em Frederico Wesphalen (RS), de onde vieram juntos para Chapecó. Outro montante seria pago após o crime.

Paraguaio preso

O delegado enfatizou ainda a rápida ação da Guarda Municipal de Chapecó, que conseguiu localizar e prender o paraguaio minutos após o crime. “Foi uma investigação complexa e o êxito foi graças a captura do paraguaio. Caso não tivesse ocorrido, nós trabalharíamos com todo zelo para esclarecer o crime, mas essa prisão nos ajudou bastante”, disse.

Indiciamento

O inquérito ainda não foi concluído – falta ainda formalizar o depoimento da vítima, do marido, também dos policiais e guardas que atuaram na ocorrência – mas Papini detalha que os quatro envolvidos responderão pelo crime de homicídio qualificado tentado, pelo motivo torpe, pagamento de recompensa e também pela traição – já que os tiros foram dados pelas costas da vítima.

Papini conta que atualmente a mandante está em liberdade. “A Polícia Civil analisa a necessidade da pedir a prisão preventiva dela, tendo em vista que ela colaborou de forma efetiva com a investigação a partir do momento que nós a identificamos”, comentou Papini.

O paraguaio contratado para os disparos permanece preso. E na tarde da quarta-feira (25), a Polícia Civil realizou a prisão da cartomante que teria participado da organização do crime. Após a prisão, ela se manteve em silêncio e foi levada ao Presídio Regional de Chapecó. O marido dela, Fabiano Aristide, está foragido e é procurado pela Polícia.