Em tempos em que a violência dentro de escolas brasileiras chama a atenção de todos, também podemos pensar em como mudar a realidade que vivemos. A oficial da Infância e Juventude da comarca de Chapecó, Paula Simioni, iniciou uma campanha no fórum para arrecadar brinquedos e materiais pedagógicos para escolas de comunidades com menor poder aquisitivo. A ideia partiu de uma postagem nas redes sociais em que uma professora pedia doações.
Em um mês de campanha, já foram possíveis três entregas. A primeira aconteceu para a Escola Parque Cidadã Leonel de Moura Brizola, no bairro São Pedro, onde ficam 574 crianças com idades entre quatro meses e 11 anos, das 7h às 18h. Foram entregues livros infantis, materiais escolares e brinquedos. A maioria usados, mas em excelente estado de conservação. Alguns servidores e colaboradores do fórum preferiram contribuir em dinheiro. Paula reuniu o valor e comprou artigos para a unidade escolar.
“Como oficial da Infância e Juventude, conheço a realidade dessas crianças e dessas escolas. Por isso, o objetivo é auxiliar as que mais precisam para tornar a escola um lugar mais atrativo. Onde temos alunos contentes no ambiente escolar, temos menos violência”, observa Paula.
Necessidades
Em conversa com a gestora geral da escola, Simone Rauber, e as vice Elizandra Benetti e Karine Flach, foi possível compreender que o poder municipal, mantenedor da unidade escolar, repassa materiais pedagógicos básicos e produtos de limpeza. “As crianças passam todo o dia na escola. Só de papel higiênico são gastos seis fardos por semana. Além disso, são muitas trocas de fraldas. Precisamos de materiais de higiene pessoal e luvas descartáveis”, salienta a gestora que pede também colchonetes para os pequenos dormirem. Caixas de plástico, do tipo utilizado para transporte de frutas e verduras, também são aceitas para organizar objetos dentro das salas de aula.
Os brinquedos que simulam o dia a dia são os preferidos: carrinhos, ferramentas, panelinhas, fogão e batedeira, por exemplo. É preciso observar o material do brinquedo já que a Vigilância Sanitária proibiu objetos de tecidos ou pelúcia devido à proliferação de doenças entre as crianças que colocam as peças na boca. “Bolas esportivas são muito bem-vindas. Não temos nem para as aulas de futsal oferecidas aos alunos ou para brincarem no recreio”, destaca Elizandra.
Aparelhos eletrônicos também deixariam o ensino mais atrativo como aparelhos de som, televisões e speakers (caixas de som), além de materiais didáticos como folhas de EVA estampadas e colas coloridas. Os livros didáticos recebidos foram levados para a biblioteca do Programa Oficina Educativa Verde Vida.
Texto e fotos: Núcleo de Comunicação Institucional/Comarca de Chapecó
