Morador de Chapecó convive com “Ratão” há 4 meses; assista vídeos

Foto: Arquivo Pessoal/ND

Por: CAROLINE FIGUEIREDO/ND MAIS

O animal de estimação do chapecoense Ismael Abraão, de 38 anos, é peludo, tem quatro patas e pesa quase 2 kg. Ao ler essas características você provavelmente lembrou de um cachorro ou quem sabe de um gato, não é mesmo? Porém, o amigo do morador do Oeste de Santa Catarina é um tanto quanto inusitado.

Um ratão-do-banhado é a sua companhia diária. Além de compartilhar refeições, eles também dividem o quarto. “Ratão”, como é carinhosamente chamado, dorme aos pés da cama de Ismael em um pano separado só para ele. De melancia a doces, o integrante mais novo da família não dispensa nada. “Ele só não come pedra, porque o resto ele aceita”, relata Ismael bem humorado.

Um ratão-do-banhado é a sua companhia diária. Além de compartilhar refeições, eles também dividem o quarto. “Ratão”, como é carinhosamente chamado, dorme aos pés da cama de Ismael em um pano separado só para ele. De melancia a doces, o integrante mais novo da família não dispensa nada. “Ele só não come pedra, porque o resto ele aceita”, relata Ismael bem humorado.

Ratão é da família

O animal, que é macho, tem cerca de quatro meses, o mesmo período em que está com a família. Mas ele não é órfão, ao contrário, possui duas famílias: a biológica e a de Ismael que o adotou. Durante o dia, Ratão fica com os pais no açude da propriedade rural localizada na linha Tope da Serra, no interior de Chapecó, e durante a noite a atenção é dedicada para a família Abraão. 

Ismael conta que a criação de ratões-do-banhado começou com o irmão mais velho, há cerca de seis anos. “Meu irmão criava quatro ratões. Ele dava comida, mas eles ficavam só no açude. Com o tempo eles foram se multiplicando até que nasceu o Ratão. Nós pegávamos ele desde pequeno e com isso ele foi se acostumando com a nossa presença e passou a conviver na nossa casa”, relata.

O animal está tão acostumado com a família que chegou a dormir na cama com a irmã de Ismael. “Ele dormia enrolado nos cabelos dela, mas depois que ela foi embora de casa ele se apegou a mim”, diz Ismael que mora com a mãe Tereza Abraão e o irmão, Telmo Abraão. 

Entre cavalos e ratões

Além de Ratão, a família também possui cerca de 10 cachorros, dois gatos e um cavalo. E acredite se puder, todos convivem em plena harmonia e respeitando os seus espaços. “Eles estão acostumados com a presença do Ratão e o aceitam bem, se não aceitassem já teriam comido ele”, comenta Ismael. 

Características

O biólogo Jackson Fábio Preuss explica que o ratão-do-banhado é um roedor e tem como nome científico Myocastor Coypus. É um animal silvestre e, muitas vezes, confundido com capivaras devido ao seu tamanho que pode chegar a 1 metro.

Sua longevidade pode chegar a 15 anos e seu peso atingir 9 kg. “Por ser um animal de grande porte, por muito tempo, foi uma espécie de caça para fins de alimentação e do uso de sua pele”. 

Preuss diz que se trata de um animal semi-aquático que vive tanto na terra como na água, mas possui melhores habilidades na água. Isso porque tem uma membrana interdigital entre os dedos que faz com que o animal seja um bom nadador. 

Em geral faz seus ninhos próximos a troncos e barrancos perto de lagos, rios e açudes. Ele vive em grupos e pode se tornar territorialista, defendendo seu território. 

Presença massiva

A espécie está presente principalmente na região Sul do país, mas também é encontrada em outros pontos da América do Sul e existem registros da introdução da espécie na América do Norte e na Europa. Apesar de diferente, não é um animal ameaçado de extinção. “Ele faz parte do ciclo biológico e é uma importante presa para carnívoros de médio e grande porte”, exemplifica o biólogo. 

Por se tratar de um animal silvestre é protegido por lei e para realizar seu manejo é necessário autorização do órgão ambiental. Preuss explica que animais silvestres, em geral, são portadores de parasitas que podem transmitir doenças. Por isso, não é indicado o consumo de carnes desse tipo de animais.

 Foto: Arquivo Pessoal/ND

“Manter esses animais em cativeiro e dentro de casas não é aconselhado. O seu comportamento pode ser imprevisível e eles podem até morder uma vez que possuem longos dentes que podem causar ferimentos considerados graves. 

O biólogo acrescenta que o ideal mesmo é não ter contato próximo, respeitar o habitat natural deles evitando riscos tanto ao animal quanto aos seres humanos. 

Jornalismo Rádio Efapi com informações do ND Mais.