Morre ex-prefeito de Chapecó, Milton Sander

Foto: Audrey Piccini/Diário do Iguaçu

Por: Audrey Piccini/Diário do Iguaçu

A capital do Oeste, cidade das rosas, entre tantos outros adjetivos, se despede nesta segunda-feira (31), de um dos políticos mais influentes dos anos 1980 e 90, o ex-prefeito Milton Sander. Político com posicionamento claro e voz forte, ficou conhecido como doutor asfalto em função do número de ruas que pavimentou quando era prefeito nos anos 80.

Sander morreu por volta das 23h30 no Hospital Regional do Oeste, onde estava internado em Chapecó. Filho da terra, aos 74 anos declarou em entrevista ao Diário do Iguaçu, no Centenário de Chapecó, em 2017, que desejava que a cidade não ultrapassasse os 350 mil habitantes, o que permitiria ter porte de cidade grande mantendo a segurança e a fluidez.

Obras

“Acompanhei 2/3 do primeiro século da nossa cidade. Desde menino estudei o primário no Colégio Bom Pastor, o ginásio no colégio São Francisco e depois tive que ir a Porto Alegre porque não existia cursos acima do ginásio aqui. Me formei advogado e retornei a Chapecó. Por ser de família de políticos, embora meu pai não tenha sido candidato a nada, em 1976, em função de briga das lideranças maiores da cidade, resolveram apostar em um nome novo. Completei 31 anos já como prefeito, um dos mais jovens da história. Minha intensão inicial era ser candidato a vereador”, disse na época.

Quando prefeito, em dois mandatos, teve nada menos do que o neto do Coronel Ernesto Bertaso como vice, o empresário Ivan Bertaso, e no segundo mandato um dos políticos mais emblemáticos da cidade, Dilso Cecchin, ambos já mortos.

Obras Foi nas gestões de Sander que o Aeroporto Serafim Enoss Bertaso foi construído, o hospital Regional do Oeste, a Rodoviária, a reforma e ampliação do Estádio Índio Condá para que tivesse condições de receber pela primeira vez o campeonato brasileiro de futebol.

“Tivemos também a ousadia, a conselho do Ivan Bertaso, de construir a Usina do Asfalto, que nos permitiu fazer asfalto de baixo custo em diversas ruas de Chapecó. Foi o maior programa de asfalto do país em município de médio porte, segundo autoridades da época. Eu me sinto realizado por ter conseguido fazer muita coisa por Chapecó”, analisou Sander.

O Desbravador

Foi na gestão de Sander que o monumento mais representativo de Chapecó e do Grande Oeste foi construído. “Eu tinha um rapaz que era de Passo Fundo, veio se instalar em Chapecó e me pediu a oportunidade de trabalhar na Prefeitura. Senti que ele tinha um talento fora do comum, era o artista plástico Paulo de Siqueira”.

“Quando o Lions Clube me procurou sugerindo a construção de um monumento aos desbravadores, pedi a ele que fizesse um esboço e sugerisse um local. O Lions tinha sugerido nos altos da Getúlio com a Sete de Setembro, que eu não gostei. O Paulo sugeriu que fosse ao lado da Catedral, já que ela era um monumento obrigatório já na época. Ele fez com sucata, com trator velho, caminhões, e com o talento dele construiu esse monumento que me orgulho muito por ter uma placa com o nome da nossa gestão, minha e do Bertaso, e a assinatura desse grande artista”, lembrou.