Ex-presidente Jair Bolsonaro é preso preventivamente pela Polícia Federal em Brasília

Foto: Evaristo Sá/AFP

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã deste sábado (22), em Brasília, durante uma operação da Polícia Federal (PF). A ordem de prisão foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que apontou risco à ordem pública, possível tentativa de fuga e descumprimento de medidas cautelares impostas anteriormente.

Como aconteceu a prisão

Segundo informações da Polícia Federal, agentes cumpriram o mandado nas primeiras horas da manhã, na residência onde Bolsonaro estava hospedado, no Distrito Federal.

O ministro Alexandre de Moraes relatou em sua decisão que, por volta das 0h08 da madrugada, houve tentativa de violação da tornozeleira eletrônica utilizada pelo ex-presidente, o que indicaria intenção de evasão.

A PF também monitorava a movimentação de apoiadores convocados para uma vigília em frente ao condomínio, o que aumentou a percepção de risco à ordem pública. Após o cumprimento da ordem, Bolsonaro foi levado para a Superintendência da PF em Brasília, onde permanece à disposição da Justiça.

O processo e as acusações

Bolsonaro é réu na Ação Penal 2668, que tramita no Supremo Tribunal Federal. Ele é acusado de:

  • Participação em organização criminosa
  • Tentativa de golpe de Estado
  • Ato de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Incitação e apoio a atos antidemocráticos
  • Desinformação e uso indevido da estrutura do Estado após as eleições de 2022

Em setembro de 2025, o STF condenou o ex-presidente a 27 anos e 3 meses de prisão, além do pagamento de multa. Com a condenação já definida e a execução penal em fase avançada, a possibilidade de prisão se tornou mais próxima.

Medidas cautelares descumpridas

Antes da prisão preventiva, Bolsonaro estava sujeito a diversas medidas, entre elas:

  • Uso de tornozeleira eletrônica
  • Recolhimento domiciliar noturno
  • Proibição de entrada em embaixadas
  • Restrição de uso de redes sociais
  • Proibição de contato com investigados em outros processos

Segundo Moraes, a violação da tornozeleira, somada à movimentação de apoiadores, indicou tentativa de descumprir a lei penal e elevar o risco de fuga — motivo pelo qual a prisão preventiva foi decretada.

Reação da defesa e próximos passos

A defesa do ex-presidente afirmou que irá recorrer da decisão, buscando revogar a prisão ou convertê-la em prisão domiciliar, alegando questões de saúde.

Nas próximas horas, Bolsonaro deve passar por audiência de custódia, quando um juiz irá avaliar a legalidade e necessidade da prisão. A partir disso, novos pedidos e recursos podem ser apresentados ao STF.

Cenário político e repercussões

A prisão de um ex-presidente em exercício de condenação penal é um marco significativo na história política brasileira. A decisão já gera forte repercussão entre apoiadores, opositores e lideranças políticas em todo o país.

A tendência é que o assunto domine o debate nacional pelos próximos dias, especialmente no contexto eleitoral e institucional.

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