Pai e filho são condenados a mais de 32 anos por homicídio qualificado em Quilombo

(Foto: Divulgação/ Tribunal de Justiça de SC)
(Foto: Divulgação/ Tribunal de Justiça de SC)

Um julgamento no Fórum de Florianópolis nesta terça-feira condenou pai e filho a penas que juntas ultrapassam os 32 anos de reclusão pelo crime de homicídio triplamente qualificado. Eles foram condenados pelo assassinato do suposto amante da mãe. O crime aconteceu em novembro de 2011 em Quilombo, no Oeste de Santa Catarina. Apesar da sentença pesada, ambos terão o direito de recorrer em liberdade.

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A pedido do Ministério Público o julgamento foi realizado no Litoral, porque os réus são bem conhecidos na pequena cidade do Oeste, que mantém costumes conservadores, fato que poderia influenciar na sentença, de acordo com o entendimento da Justiça. A vítima foi morta, segundo a defesa, com golpes de uma talhadeira.

Em função de já ter sido condenado pela prática de um outro homicídio, em 2004, o pai recebeu uma pena de 19 anos e 20 dias de reclusão em regime fechado. Já o filho, que não possuía antecedentes, a sentença foi fixada em 13 anos, sete meses e 10 dias. O conselho de sentença reconheceu as três qualificadoras apontadas pelo Ministério Público: motivo torpe, dificuldade de defesa da vítima e meio cruel.

A defesa dos réus pedia a absolvição do pai, porque o filho teria assumido a autoria do crime sozinho. Além disso, também requereu a desqualificação da denúncia contra o filho para homicídio privilegiado, em função de ele estar sob violenta emoção seguida por injusta provocação. Para os advogados dos réus, o filho estava arrumando uma cerca quando foi provocado pela vítima e acabou matando o homem com golpes de uma talhadeira.

Já a tese do Ministério Público foi baseada no primeiro depoimento da ex-esposa de um dos réus e mãe do outro. A mulher disse que no dia anterior ao crime foi questionada pelo ex-marido sobre um suposto relacionamento extraconjugal dela com a vítima. Em função disso, ela chegou a ser agredida com um soco no pescoço. Durante a noite, o ex-companheiro passou a noite bebendo cachaça e procurando um facão.

Na manhã seguinte, ela e o ex-marido foram para a roça, como de costume, mas ele desapareceu durante uma hora. Quando o homem retornou, segundo o depoimento da mulher na delegacia, ele estava transtornado e obrigou a ex-companheira a ficar abaixada no meio da roça de mandioca por três horas com medo de represálias da família da vítima. Em juízo, dias depois, ela mudou a história e teria dito que passou a manhã tirando leite com o ex-marido.

A vítima, que todas as manhãs realizava a medição do nível de água de um rio para estudo de hidrografia para a construção de uma hidrelétrica, foi encontrada morta, segundo o laudo pericial, por um instrumento contundente.

Jornalismo Rádio Efapi com informações do Diário Catarinense.